Um simples passeio, uma conversa com a amiga em uma praça...tudo isso ganhou um novo significado para Fabiana depois que ela foi diagnosticada com câncer de intestino. A dor foi o sinal de alerta.

"Uma cólica bem forte, na região do meu abdômen, que me levou até o hospital, em janeiro do ano passado, que eles trataram como infecção intestinal. Até eu ter certeza através dos exames. Eu estava com o tumor que já pegou 80% da parede do intestino", lembra a promotora de eventos, Fabiana Estevão Bovolenta.

Fabiana foi operada, fez quimioterapia e hoje está em recuperação. Casos como o dela reforçam uma pesquisa, com resultados preocupantes, feita por três entidades médicas.

Em todo ano passado, 97.245 foram internados por complicações de câncer colorretal no país, só em hospitais do SUS. Foram 81,55% a mais do que em 2012. Uma média de 266 internações por dia.

O câncer colorretal ou de intestino grosso é o segundo mais comum entre homens e mulheres no Brasil e, normalmente, só apresenta sintomas em estágio já avançado.

De acordo com os médicos, sedentarismo, consumo de alimentos ultraprocessados, álcool e fumo são fatores de risco. Mudar de hábitos e fazer exames regularmente são medidas que ajudam a evitar a doença.

"O câncer de intestino, caracteristicamente, é uma doença de pessoas mais velhas, mas também está acontecendo em pessoas mais jovens por essa questão de hábitos não tão saudáveis de vida", afirma a médica coloproctologista Bruna Vailati.

Os exames de prevenção devem ser feitos a partir dos 45 anos de idade. O mais indicado é o de colonoscopia. "O tumor de intestino, ele começa com uma lesão pré-malígna, que é o pólipo de intestino, não é o tumor, mas ele pode virar. A colonoscopia, ela consegue olhar o intestino por dentro, identificar e remover esses pólipos. As taxas de cura são significativas", explica a médica.